A BR-364, que corta o estado de Rondônia, tem sido tema de intensos debates nos últimos meses, especialmente entre as cidades de Jaru e Presidente Médici. Conhecida por sua importância econômica e social, a rodovia também carrega um título que ninguém gostaria de ostentar: “Rodovia da Morte”.
Como ex-jornalista com uma década de vivência em reportagens, e atualmente representante comercial que viaja mensalmente por essa estrada, sinto na pele as consequências da falta de infraestrutura e da imprudência nas estradas. A duplicação da BR-364 é uma necessidade urgente, e os acidentes frequentes são um grito por mudanças.
Muitos motoristas, por falta de paciência ou respeito às regras de trânsito, se tornam protagonistas de tragédias que poderiam ser evitadas. As estatísticas de acidentes, que frequentemente são alarmantes, revelam um padrão preocupante: velocidade excessiva, ultrapassagens em locais proibidos e falta de atenção são os vilões que transformam essa rodovia em um cenário de horror.
Contudo, a responsabilidade não pode recair apenas sobre o comportamento individual. A duplicação do trecho entre Jaru e Presidente Médici, cerca de 140km, apesar de parecer pouco no contexto de toda a rodovia, é, na minha opinião, o segmento mais crítico. Este trecho concentra trânsito intenso, oferece pontos com pouquíssimas oportunidades de ultrapassagem segura, acostamento precário e curvas acentuadas e perigosas. Por isso, sou completamente favorável à duplicação imediata desta seção. Sou adepto do princípio: primeiro a gente começa e depois a gente melhora. Quem sabe assim fica mais fácil garantir a duplicação do restante do trecho nos anos que ainda estão por vir!
É imperativo que o governo e as autoridades competentes tomem medidas urgentes para garantir a segurança dos usuários. A rodovia pode e deve ser um vetor de desenvolvimento, mas para isso, é preciso que se torne uma estrada segura, onde a imprudência não tenha vez e a vida seja preservada.
Afinal, a BR-364 pode ser um caminho de oportunidades, mas, sem as devidas melhorias e a conscientização dos motoristas, continuará sendo um triste símbolo de tragédias evitáveis.
Texto: João Ricardo, Representante Comercial e Jornalista nas horas vagas.